ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: EFEITO DO PERÍODO DE SECAGEM NO RENDIMENTO DO ÓLEO ESSENCIAL DE FOLHAS DE LIPPIA GRACILIS SCHAU

AUTORES: NEVES,I.A.-CEFETPE(NAYDEEU@MSN.COM); SANTOS,W.M.-CEFETPE; BRANDÃO,S.S.F.-CEFETPE.

RESUMO: RESUMO: Popularmente, L.gracilis é conhecida como alecrim da chapada. Produz óleo essencial que tem como constituintes principais o timol e o carvacrol. Objetivou-se, neste trabalho, determinar o tempo adequado de secagem das folhas de L. gracilis Schau, visando o máximo rendimento na extração de seu óleo essencial. Utilizou-se a hidrodestilação como técnica de extração. Foram realizadas duas coletas da planta, sendo uma no período chuvoso e outra no período de estiagem. Foram avaliados nove períodos de secagem das folhas: 0,2,4,6,8,10,12,14 e 16 dias. A secagem da planta favoreceu o aumento do rendimento do óleo essencial, nos dois períodos estudados. O auge da produção de óleo essencial foi no 8° dia, no período chuvoso (6,00%), e no 10° dia, no período de estiagem (6,66%).

PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: lippia gracilis, óleo essencial, rendimento.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Os óleos essenciais constituem os elementos voláteis contidos em vários órgãos das plantas, exercendo papel fundamental na defesa contra microrganismos, predadores e também na atração de insetos e outros agentes fecundadores. Popularmente, L. gracilis é utilizada no tratamento de ferimentos, queimaduras, infecções da garganta, da boca, da pele, acnes, panos brancos, caspa e impigem (CARRAZONI, 2000). Produz óleo essencial que tem como constituintes principais o timol e o carvacrol, substâncias encontradas também no óleo essencial de plantas como orégano, tomilho e alecrim pimenta (ULTEE; GORRIS; SMID, 1998; MATOS et al.,1999; CARVALHO et al., 2003). O rendimento em óleo essencial pode estar relacionado com as condições de solo, clima, época de colheita, estágio de desenvolvimento da planta, localização geográfica, teor de umidade da folha, método de destilação, tempo de destilação, pressão de vapor, procedência da planta, além de outros fatores (GALANTI, 1987; apud ANDRADE & GOMES, 2000). Objetivou-se, neste trabalho, determinar o tempo adequado de secagem das folhas de L.gracilis que fornecesse o máximo rendimento na extração de seus óleos essenciais.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: O alecrim da chapada foi coletado no município de Serra Talhada – PE. Foram realizadas duas coletas, sendo uma no período chuvoso (março de 2005) e outra no período de estiagem (outubro de 2005). Foram avaliados nove períodos de secagem das folhas: 0,2,4,6,8,10,12,14 e 16 dias. A amostra das folhas frescas, usadas para avaliação do teor de óleo essencial em tempo zero de secagem, foi submetida imediatamente à extração e as demais foram postas para secarem naturalmente, à sombra e com boa circulação de ar. O óleo essencial das folhas foi extraído por um tempo de uma hora e meia, usando a técnica de hidrodestilação em sistema de Clevenger adaptado, que consiste em um balão de destilação de 5 L (onde foram adicionadas as folhas do vegetal e água destilada), um separador de óleo e um condensador (SILVA et al., 2003). O aquecimento gerou vapor d’água que levou consigo os voláteis da planta. Após a condensação, o óleo foi separado e tratado com sulfato de sódio e acondicionado em vidro escuro, sob refrigeração. Os rendimentos dos óleos essenciais obtidos foram calculados com base na relação volume de óleo essencial/100 g de massa das folhas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os teores de óleo essencial (O.E.) em função dos 9 diferentes dias de secagem foram, para o período chuvoso, 2, 4, 4.3, 4.5, 6, 5.8, 2.5, 2 e 1.5% e, para o período de estiagem, 2.7, 5, 5.7, 6, 6, 6.7, 6.7, 6.7, 6.7%, mostrando que os rendimentos foram superiores no período de estiagem em relação ao período chuvoso, devido ao aumento da temperatura e da intensidade luminosa na estação seca (SANTOS & INNECCO, 2003), o que leva a uma maior concentração do óleo, em função do menor teor de umidade nas folhas (GALANTI, 1987). Nas extrações realizadas com as coletas do mês de março de 2005, o teor de O.E. aumentou até o 8° dia, decrescendo, em seguida, até o 16° dia, podendo supor que tenha aumentado a disponibilização do óleo essencial até o 8° dia devido a perda da integridade das membranas celulares que retêm o óleo nas células vivas. Do 8° ao 16° dias a redução no óleo pode ser atribuída a sua volatilização. Nas extrações de outubro de 2005, após crescimento do teor de O.E. até o 10° dia, o rendimento permaneceu estável até o 16° dia, mostrando que as folhas não sofreram perda de óleo por volatilização e que houve estabilização da perda de água (MATTOS, 2000).




CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Conclui-se que a secagem da planta favoreceu o aumento do rendimento do óleo essencial, quando extraído por hidrodestilação, tanto no período chuvoso quanto no período de estiagem. O período de secagem no qual a planta estava no auge da sua produção de óleo essencial foi no 8° dia, no período chuvoso (6,00%), e no 10° dia, no período de estiagem (6,66%). Em relação ao período de secagem, nas duas épocas climáticas, o volume de óleo essencial dobrou nos dois primeiros dias de secagem, mostrando que a perda de água pelos tecidos vegetais foi mais intensa nestes dias.

AGRADECIMENTOS:AGRADECIMENTOS: Agradecemos o apoio financeiro da FACEPE e do CEFET - PE, pela concessão das bolsas PIBIC Júnior.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARRAZONI, E. P. 2000. Plantas medicinais de uso popular. Recife: FASA. p.44.

CARVALHO, A. F. U.; MELO, V. M. M.; CRAVEIRO, A. A.; MACHADO, M. I. L.; BANTIM, M. B.; RABELO, E. F. 2003. Larvicidal activity of the essential oil from Lippia sidoides Cham. against Aedes aegypti Linn. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 98:569-571.

GALANTI, S. 1987. Produção de óleo essencial do Eucalyptus citriodora Hooker, no município de Torrinha, Estado de São Paulo. Viçosa, MG, Universidade Federal de Viçosa, 48p. In: ANDRADE, A.M. 2000. Influência de alguns fatores não genéticos sobre o teor de óleo essencial em folhas de Eucalyptus citriodora Hook, Floresta e ambiente, 7:181-189.

MATOS, F.J.A.; MACHADA, M.I.L; CRAVEIRO, A.A.; ALENCAR, J.W.; SILVA, M.G.V. 1999. Medicinal plants of northeast Brasil containing thymol and carvacrol – Lippia sidoides Cham. e Lippia gracilis H.B.K. (Verbenaceae). J. Essent. Oil Res., 11:666-668.

MATTOS, S.H. 2000. Estudos fitotécnicos da Mentha arvensis L.var. piperacens Holmes como produtora de mentol no Ceará. Fortaleza,. 98f. Tese (Doutorado em Agronomia/Fitotecnia)- Universidade Federal do Ceará. In: SANTOS, M.R.A.; INNECO, R. 2003. Influência de períodos de secagem de folhas de óleo essencial de erva-cidreira (quimiotipo limoneno-carvona). Revista Ciência Agronômica. 34:5-11.

SANTOS, M.R.A.; INNECO, R. 2003. Influência de períodos de secagem de folhas de óleo essencial de erva-cidreira (quimiotipo limoneno-carvona). Revista Ciência Agronômica. 34:5-11.

SILVA, D.D.; CHIERICE, G.O .; GALHIANE, M.S.; CHAAR, J.S. MOUCHREK-FILHO, V.L. 2003.Quantificação do linalol no óleo essencial da Aniba duckei KORSTERMANS utilizando uma nova coluna capilar polyH4-MD em cromatografia gasosa. Química Nova, 26:461-465.

ULTEE, A.; GORRIS, L.G.M.; SMID, E.J. 1998. Bactericidal activity of carvacrol towards the food-borne pathogen Bacillus cereus. Journal applied microbiology, 85:211-218.