ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DETERMINAÇÃO DE FENÓLICOS TOTAIS DAS FOLHAS DE TREMA MICRANTHA (ULMACEAE)

AUTORES: BRAND, G. (IC); WINCK, C. R. (IC); CARDOSO, C. A. L. (PQ); JELLER, A. H. (PQ)- CENTRO DE PESQUISA EM BIODIVERSIDADE (CPBIO) - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL (UEMS) / (TANGEDOR@HOTMAIL.COM)


RESUMO: RESUMO:
A espécie Trema micrantha (Ulmaceae) foi avaliada a partir de suas frações obtidas do extrato bruto etanólico das folhas através do ensaio espectrofotométrico do radical livre DPHH para verificação atividade antioxidante e também foi realizado a determinação de fenólicos totais existentes nas frações. Observou-se que a fração que apresenta maior atividade antioxidante é fração etanólica e a que apresenta uma quantidade maior de compostos fenólicos é a fração diclorometânica.


PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: atividade antioxidante, fenólicos totais, trema micrantha.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO:
Trema micrantha (Ulmaceae) apresenta diferentes nomes populares, como cambará, cambriúva, candeeiro, candiúba, candiúva, pau-de-pólvora, chumbinho e periqueteira (POTT, 1994). Estudos realizados in vitro, observou-se que T. micrantha apresenta uma potencial atividade antimalárica quando testados com protozoário o Plasmodium falciparum (MUÑOZ, 2000), sendo considerada problema de saúde pública em mais de 90 países, gerando problemas sociais e econômicos no mundo. No Brasil observa-se anualmente 500 mil casos, porém estima-se que o número real seja em torno de um milhão de pessoas, com 1% de letalidade (VERONESI,1969). Devido a presença de várias substâncias que possuem diferentes mecanismos de ação, como enzimas, proteínas, e as de baixo peso molecular, como flavonóides, carotenóides dentre outras, as plantas se tornam importante fonte de produtos naturais biologicamente ativos (ARGOLO, 2003). O presente trabalho tem como objetivo verificar o potencial antioxidante do extrato etanólico e suas frações através do método do DPPH e a avaliação dos compostos fenólicos totais devido a sua importância como antioxidantes.


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS:A partir do extrato bruto etanólico das folhas de T. micrantha foi realizado uma coluna cromatografia em sílica gel sob vácuo, empregando seqüencialmente os solventes hex, CH2Cl2, AcOEt. As frações obtidas foram submetidas ao ensaio espectrofotométrico com o radical livre estável DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazila) (BLOIS,1958), o qual foi preparado uma solução de DPPH (0,004%) em MeOH, e uma solução de cada fração, pegou-se 0,02g de cada fração dissolvendo em MeOH (2000ppm). O teste foi realizado retirando-se da solução (2000ppm) 5 volumes: 0,1; 0,2; 0,4; 0,8 e 1,6mL, dissolvendo em 5mL com MeOH, obtendo soluções de 40, 80, 160, 320 e 640ppm. A cada 1mL das amostras foi adicionado 2mL da solução de DPPH, permanecendo em repouso por 30min, sendo lidas em 517nm, o mesmo processo foi feito para o padrão rutina e o branco. Análise para fenólicos totais foi realizada com as frações na concentração de 640 ppm, retirando-se 0,5mL, sendo adicionado EtOH (1,5mL), AlCl3 (10%-1mL), acetato de sódio (1mol/L-1mL) e água (2,8mL). Deixou-se reagir durante 40min, fazendo-se a leitura no espectrofotômetro (415nm), sendo o mesmo procedimento realizado com a quercetina.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O ensaio com o radical livre DPPH permite fazer uma avaliação indireta da capacidade seqüestradora de radicais livres e associá-la com a capacidade antioxidante da fração em análise. Esta atividade foi expressa em porcentagem de atividade antioxidante (%AA) nas concentrações especificadas, através da expressão: %AA=(Abscontrole–Absamostra)/Abscontrole)x100, onde Abscontrole=a absorbância inicial da solução MeOH+DPPH e Absamostra=absorbância da mistura reacional (DPPH+amostra). Através do gráfico (Fig.1) obtido pode-se observar que o extrato EtOH apresentou uma atividade antioxidante superior em relação aos outros extratos. Seria esperado que extratos mais polares apresentassem maior atividade antioxidante por concentrarem uma quantidade maior de substâncias polares/fenólicas (MENSOR,2001). Esta constatação não foi observada através na determinação de fenólicos totais (Fig.2), sendo que o extrato EtOH apresentou um menor teor de fenólicos, isto pode ser explicado pelo fato dos compostos fenólicos não serem exclusivamente os responsáveis pela atividade antioxidante, e possivelmente pelo efeito sinérgico das misturas de substâncias (DJERIDANE,2006).





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES:A partir dos dados obtidos do estudo com Trema micrantha foi verificado um grande potencial na espécie em seqüestrar radicais livres, sendo este associado à atividade antioxidante. Dos extratos orgânicos obtidos a partir do extrato bruto, verificou-se que o extrato etanólico é o que apresenta maior potencial antioxidante e o extrato diclorometano é o que apresenta uma quantidade maior de substâncias fenólicas. Não possível verificar a correlação entre a atividade antioxidante da fração mais ativa com a análise do teor de fenólicos, possivelmente devido a efeitos sinérgicos.


AGRADECIMENTOS:AGRADECIMENTOS:
A UEMS pela bolsa concedida a CRW (PIBIC/UEMS) e a o CNPq pelo bolsa concedida a GB
Á FUNDECT pelo apoio financeiro.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARGOLO, A. C. C; et al.. Bioresource Technology, v. 95, p. 229-233, 2004.

BLOIS, M. S. Nature, v. 181, n. 4617, 1199-1200, 1958.

DJERIDANE, A.; YOUSFI; M; NADJEMI, B.; BOUTASSOUNA, D.; STOCKER, P.; VIDAL, N. Food Chemistry, v. 97, p. 654-660, 2006.

MENSOR, L. L.; MENEZER, F. S. LEITÃO, G. G.; REIS. A. S. SANTOS, T. C.; COUBE, C. S.; LEITÃO, S. G. Phytotherapy Research, v. 15, p. 127-130, 2001.

MUÑOZ, V.; SAUVAIN, M.; BOURDY, G.; CALLAPA, J.; ROJAS, I.; VARGAS, L.; TAED, A. Journal of Ethnopharmacology, v. 69, p. 139-155, 2000.

POTT, A.; POTT, V. Plantas do Pantanal. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Corumbá, MS, p. 288, 1994.

VERONESI, R. Doenças Infecciosas e Parasitárias, 4º ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara KOOGAN, p. 1095-1097, 1969.