ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: Atividade Antioxidante e análises fitoquimicas dos méis produzidos por Apis mellifera e Melipona interrupta de regiões distintas no Estado do Ceará

AUTORES: MORAIS, S.M. (UECE) ; LIBERATO, M.C.T.C. (UECE) ; NOJOSA, A.K.B (UECE) ; SOUZA,C.A.G. (UECE)

RESUMO: O mel é uma substância viscosa, rica em açucares com altos valores nutricionais. Este trabalho tem como finalidade identificar as potencialidades antioxidantes e componentes fitoquimicos dos méis produzidos por Apis mellifera e Melipona interrupta de regiões distintas no Estado do Ceará. Os resultados do estudo mostraram que o mel produzido por Apis mellifera possui uma atividade antioxidante maior que o produzido por Melipona interrupta e o seu mel apresenta um teor de fenóis totais em mgEAG/ml superior ao da M.interrupta. Estes resultados mostraram que parece existir alguma relação entre o teor em fenóis totais e a atividade antioxidante revelada, dado que a amostra que é mais rica nestes compostos é também a que apresenta maior atividade antioxidante.

PALAVRAS CHAVES: apis mellifera, melipona interrupta, mel

INTRODUÇÃO: O mel de abelhas é uma substância viscosa, rica em açúcares, tendo em geral sabor agradável, com aroma particular, de altos valores nutricionais e terapêuticos, sendo obtido a partir do beneficiamento do néctar das flores e armazenado em favos de cera pelas abelhas melíferas. Desta forma, têm sido efetuados vários estudos para avaliar a Ação fisiológica de diferentes tipos de mel, particularmente no que se refere à sua atividade antioxidante, destacando-se os ácidos fenólicos e flavonóides presentes, considerados os antioxidantes naturais desse alimento. As substâncias com propriedades antioxidantes são utilizadas na conservação dos alimentos e referenciadas como benéficas para a saúde, protegendo contra os efeitos dos agentes oxidantes.

MATERIAL E MÉTODOS: O mel utilizado no experimento foi produzido por Apis mellifera de origem multifloral(Licania rigida Benth, Phaseolus vulgaris L. e Zea mays )na localidade de Choró-CE e por Melipona interrupta de origem frutal na localidade de Camocim para as análises Antioxidantes e fitoquímicas .O mel da A.mellifera foi coletado no mês de agosto de 2007 por agricultores locais após a quadra chuvosa da região,enquanto o mel da M.interrupta foi coletado numa fazenda da localidade de Camocim.Em seguida os méis foram encaminhados ao Laboratório de Produtos Naturais da Universidade Estadual do Ceará para análises. As amostras de méis foram filtradas e guardadas em recipientes apropriados e armazenados para a utilização nos experimentos. Para a determinação da Atividade Antioxidante foram feitas com recurso ao radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) (Blois, 1952)com soluções de diferentes concentrações.Para a determinação do teor em fenóis totais foi utilizado o reagente de Folin-Ciocalteu.Foi determinada a absorvância dos meios de reação a 760 nm, contra um ensaio efetuado com água destilada. Efetuou-se uma curva de calibração recorrendo ao ácido gálico, para efetuar o cálculo do teor em fenóis em equivalentes deste composto. Foram efetuados três ensaios para cada amostra. Para os testes fitoquímicos qualitativos foi extraído o extrato das amostras dos méis com clorofórmio na proporção 1:1 num erlenmayer de 50 ml, foram realizados os testes para Esteróides e Triterpenóides (Lieberman-Burchard) em tubos de ensaios, com a coloração azul evanescente é indicada a presença de esteróides livres, coloração parda até vermelha indica triterpenóides pentaciclicos livres; Testes para flavonóides que se baseia na adição de uma fita de magnésio com HCl concentrado adcionado no extrato.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos resultados obtidos nas analises fitoquimicas qualitativas, os testes apresentaram a ausência de esteróides e flavonóides dando positivo para triterpenóides apenas para o mel da A.mellifera, caracterizado por uma cor levemente castanho. Para a atividade antioxidante, a execução dos ensaios com diversas concentrações para as amostras dos méis permitiu determinar os índices de varredura a 50% (IV50%) para o mel da A.mellifera e para o mel da M.interrupta onde o mel da abelha apis apresentou uma atividade antioxidante maior do que a mel da abelha melipona. Na determinação de Fenóis totais o mel da A.mellifera apresentou um teor de fenóis maior do que o mel da M.interrupta.




CONCLUSÕES: Os méis apresentaram teores em fenóis totais consideráveis, dentro dos valores que são esperados para os méis. Os resultados também nos permitem afirmar que os méis analisados apresentam propriedades antioxidantes. Parece existir alguma relação entre o teor em fenóis totais e a atividade antioxidante revelada, dado que a amostra que é mais rica nestes compostos é também a que apresenta maior atividade.No entanto, os resultados demonstram que a atividade estudada não pode ser prevista tendo em conta, apenas, o parâmetro considerado.

AGRADECIMENTOS: A Universidade Estadual do Ceará e ao laboratório de Química de Produtos Naturais pelo espaço concedido para a realização da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. 2000. MAPA. Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel.
BLOIS, M.S. (1952). Antioxidant determinations by the use of a stable free radical. Nature, 181, 1199–1200.
MATOS, F.J.A. Introdução à fitoquímica Experimental, 2 ed, Fortaleza : EdUFC, p. 145,1997.
MEDA, A., Lamien, C. E., Romito, M., Millogo, J. e Nacoulma, O. G.(2005). Determination of the total phenolic, flavonoid and proline contentsin Burkina Fasan honey, as well as their radical scavenging activity. Food Chemistry, 91, 571-577.
SILVA, S. et al. Food Science and Technology International. 2006, 12(5), 385-396.