ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: Repensando o Ensino de Química Orgânica à Nível Médio
AUTORES: NASCIMENTO, T.L. (UFC) ; RICARTE,M.C.C. (UFC) ; RIBEIRO,S.M.S. (UFC)
RESUMO: O atual ensino da Química Orgânica nas escolas não é o que se deseja, nem na forma de ensinar nem no conteúdo. A forma é inadequada por que passa a ilusão do conhecimento absoluto e eternamente estabelecido, não procurando mostrar a relatividade dos fatos e a correlação entre eles. É inadequado o conteúdo porque se gasta muito tempo com assuntos de pouco interesse. A capacidade criativa e o espírito crítico são pouquíssimos incentivados. Podemos até dizer que, na realidade, são bloqueados. Baseado na visão "moderna" da Educação deve-se levar em consideração fatores e ações que facilitem ou mesmo permitam uma aprendizagem real. Assim, nesta monografia foram abordados alguns tópicos que considero de grande importância para o ensino da ciência química orgânica.
PALAVRAS CHAVES: ensino-organica
INTRODUÇÃO: Vivemos na Era da Química Orgânica. As roupas que usamos, sejam de substâncias natural como a lã ou o algodão ou sintética como o náilon ou o poliéster, são feitos de compostos de carbono. Muitos dos materiais que entram em nossas casas e que nos protegem são orgânicos. A Química Orgânica está decididamente associada a praticamente todos os aspectos de nossa existência. Daí a importância de estudar e entender Química Orgânica. No entanto, na escola vivemos um paradoxo, pois o ensino de Química Orgânica geralmente possui uma abordagem desconectada do cotidiano do aluno, extremamente teórica. O ensino de Química Orgânica nas escolas deve ser trabalhado de forma mais dinâmica e contextualizada, tendo como objetivo despertar o interesse do aluno através da correlação entre os conteúdos abordados na disciplina, seja de cunho teórico ou prático. Apesar do caráter didático e lúdico existente na experimentação deve-se atentar para experimentos que colaborem para uma visão simplista do aluno em se tratando da matéria e suas transformações. Daí a necessidade do professor possuir conhecimentos específicos, sólidos e estar preparado para as discussões e transposições conceituais. Esse trabalho sugere métodos que possam proporcionar melhorias na qualidade do ensino de Química Orgânica à nível médio
MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho se propôs a fazer uma análise do processo de aprendizagem de Química Orgânica a nível médio, levando em consideração fatores que estão direta ou indiretamente relacionados, tais como: livros didáticos, PCNs, uso de modelos moleculares, uso da informática, a importância do experimentalismo entre outros.
Os livros didáticos utilizados no trabalho são apresentados abaixo:
•TITO E CANTO ( Química na abordagem do cotidiano. vol.3. 3a edição)
•RICARDO FELTRE (Química. vol.3. 5a edição)
•ANTÔNIO LEMBO (Química realidade e contexto. Vol.3. 2a edição)
•USBERCO E SALVADOR (Química. vol.3. 7a edição)
Foram selecionados para análise, os livros mais utilizados nas escolas de nível médio, ou que são ou foram adotados durante muito tempo nas escolas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O presente trabalho analisou os livros didáticos nos seguintes aspectos: PRESENÇA DE EXPERIMENTOS ILUSTRATIVOS OU INVESTIGATIVOS;FIGURAS,MODELOS MOLECULARES E CONTEXTUALIZAÇÃO(PCN'S);PRESENÇA DE ATIVIDADES LÚDICAS.A maioria dos livros didáticos apresenta uma baixa porcentagem de experimentos investigativos, pois geralmente esses experimentos são propostos no final ou no meio dos capítulos, abordando assuntos apresentados na teoria. Levando em consideração esse fato, pode-se concluir que os experimentos sugeridos nos livros analisados são todos de caráter ilustrativo, pois da forma como são apresentados não dão oportunidade para que o aluno possa construir o conceito a partir do experimento. Os quatro livros analisados apresentam uma boa quantidade de modelos moleculares, figuras e quadros explicativos. Geralmente, os quadros explicativos contêm notas sobre história da química, biografias de cientistas que contribuíram para o desenvolvimento da química, curiosidades relativas ao cotidiano das indústrias e algumas vezes, fatos relacionados a aspectos mais simples,com o que acontece na cozinha, no corpo humano, no meio ambiente .No entanto,vale salientar que nem sempre as figuras e as ilustrações aparecem nos capítulos adequadamente, chegando, inclusive,a se tornar uma poluição visual.São raras as propostas do uso de jogos e a utilização de materiais de baixo custo para a construção de equipamentos alternativos de laboratório que poderiam ser úteis em escolas carentes.Estes fatores podem ser decisivos para estimular os alunos a adotarem uma atitude mais empreendedora e a romper com a passividade que,em geral,lhes é subliminarmente impostas nos esquemas tradicionais de ensino.Objetivo desse trabalho não é classificar os livros como melhores ou piores.
CONCLUSÕES: A contextualização do conteúdo químico ao cotidiano do aluno e o uso de métodos alternativos como jogos didáticos, utilização de modelos moleculares e a informática, são recursos fundamentais para a aprendizagem do aluno. Desta forma conclui-se que os conceitos e os conteúdos devem ser trabalhados a fim de proporcionar para o aluno o desenvolvimento de suas competências e habilidades cognitivas e afetivas, capacitando os alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como cidadão.
AGRADECIMENTOS: UFC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. Solomons, T.W.G.; Fryhle, C.B. Química Orgânica.V.1. 7-a Edição. São Paulo, LTC Editora,2001.
2. Química Nova na Escola. Química como investigação e reflexão. n.9 (maio 1999).
3. Química Nova na Escola. Química e cidadania. n. 4. (novembro 1996)
4. Campos, A. R. S. A. O Desenho do Novo Ensino Médio. Universidade Estadual Feira de Santana. 15o Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico. São Paulo, Brasil.5-9 Novembro de 2001.
5. PCN's - Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências Naturais. Ensino Médio. Brasília, 1998.
6. Chassot, A. Alfabetização Científica. Editora Unijuí. Ijuí, 2000.
7. Piaget, J. Para Onde vai a Educação?. Rio de Janeiro, José Olympio, p.20, 1973
8. Justi, R.S.; Ruas, R.M. Química Nova na Escola, n.5, 1997.
9. Disponível em <http:// www.ufpa.br/eduquim/consideracoes.htm> às 14:30 de 02/02/06
10. Disponível em <http://www.adoroquimica.hpg.ig.com.br/> às 8:45 de 10/02/06
11. Disponível em <http://www.tchequimica.com> às 09:00 de 03/01/06
12. Feltre, R. Química Orgânica. V.3. 5-a Edição. São Paulo, Editora Moderna, 2000.
13. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais Para o Ensino Médio, MEC, Brasília, 2000.
14. PCN´s- Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências Naturais. Ensino Médio. Brasília, 1998.
