ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio em Refrescos de Guaraná por HPLC

AUTORES: VIEIRA, A.F. (LACEN-RJ) ; OLIVEIRA, J.G.D. (LACEN-RJ) ; MAIA, M.P.N.D. (LACEN-RJ) ; CARDOZO, E.M.S. (LACEN-RJ) ; SILVA, K.M.P. (LACEN-RJ)

RESUMO: Determinação dos conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio em refresco de guaraná, utilizando-se duas metodologias analíticas, ambas por CLAE, a do Food Chemistry e a do AOAC para avaliar a qualidade sanitária de refrescos de guaraná consumidos em larga escala pela população. Todas as amostras analisadas se encontram dentro dos padrões de qualidade sanitária, exigidos pela legislação vigente no país, em relação ao uso dos conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio, e apenas duas não se encontram de acordo com o declarado na rotulagem.A discussão dos resultados obtidos visa influenciar outros laboratórios integrantes do sistema de Fiscalização da Qualidade em Alimentos na escolha da metodologia analítica mais adequada.

PALAVRAS CHAVES: clae, hplc, conservador

INTRODUÇÃO: Os sais dos Ácidos Benzóico e Sórbico são conservadores usados em larga escala nos produtos alimentícios, apesar de apresentarem efeitos adversos em cobaias e em humanos quando ingeridos em altas doses. Os refrescos de guaraná industrializados e envasados em copos plásticos de 290 mL foram incluídos no Programa Nacional de Monitoramento da Qualidade Sanitária de Alimentos-PNMQSA, por serem considerados como de “Elevado Consumo pela População” e por conterem conservadores, que são aditivos químicos com Ingestão Diária controlada pela legislação vigente no país. Este produto é, normalmente, adicionado dos conservadores Benzoato de Sódio e/ou Sorbato de Potássio, no intuito de inibir ou retardar perdas nutricionais devido a alterações microbiológicas, enzimáticas ou químicas, que o alimento é passível de sofrer durante a estocagem e/ou tempo de prateleira. As informações sobre os dados de consumo de alimentos pela população, podem ser usadas na estimativa do consumo médio desses conservadores no Brasil. Objetivou-se no presente trabalho, determinar os conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio em refresco de guaraná, utilizando-se duas metodologias analíticas, ambas por CLAE, a do Food Chemistry e a do AOAC, para avaliar a qualidade sanitária de refrescos de guaraná consumidos em larga escala pela população, referente ao uso dos conservadores. Atualmente, a CLAE é a metodologia mais usada na detecção e na quantificação desses conservadores em alimentos e especialmente em bebidas por não haver necessidade de clarificação das amostras, que são injetadas diretamente. A discussão dos resultados obtidos, visa influenciar outros laboratórios integrantes do sistema de Fiscalização da Qualidade em Alimentos, na escolha da metodologia analítica mais adequada.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de refresco de guaraná, foram analisadas por HPLC em um sistema de cromatografia líquida da marca GILSON composto de duas bombas modelo 306, um módulo manométrico modelo 805, um misturador dinâmico modelo 811C e um detector UV/VIS modelo 118, acoplados a um software GILSON UniPoint, que permite o registro dos cromatogramas. As injeções foram realizadas manualmente através de válvula injetora do tipo “Rheodyne” e de uma alça de amostragem de 20 mL de capacidade. Os conservadores foram separados através de um sistema de eluição isocrático. Em ambos os casos a vazão era de 1,0 mL/min e o tempo de corrida de 10 minutos. Para a separação dos compostos foi utilizada uma coluna de Fase Reversa LiChroCART RP-18 (250 x 4,0 mm de diâmetro interno), de 5 mm de diâmetro de partícula. A eluição para o metodo do AOAC foi feita com: Solução de Ácido Acético a 20% em pH 3,0 com solução saturada de.Acetato de Sódio modificada com 0-2% de Isopropanol e a detecção no comprimento de onda de 254 nm. A eluição para o método do Food Chemistry foi feita com Tampão de Acetato de Amonia 0,005 M em pH= 4,4 e Metanol (65:35) e a detecção no comprimento de onda de 235 nm.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Apenas duas amostras, de marca igual, apresentaram irregularidades em relação a rotulagem pois não foi detectado o Sorbato de Potássio declarado na lista de ingredientes.Conforme consta no Gráfico 1A, os teores dos conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio encontrados nas amostras de refresco de guaraná, se situam abaixo do limite máximo permitido pela legislação vigente, que é de 0,05 e 0,03 g/100mL, respectivamente. Dentre as marcas analisadas, apenas três delas foram analisadas pelas duas metodologias(C, D e E) e, considerando, que possuem as mesmas quantidades de conservadores em suas formulações, apenas a diferença no teor de Sorbato das amostras da marca C foi relevante.Das dezesseis amostras apenas sete delas utilizaram o Benzoato de Sódio juntamente com o Sorbato de Potássio, que se acredita ser menos tóxico. Não foi possível traçar nenhuma relação entre a quantidade e/ou a combinação dos conservadores com o prazo de validade estipulado pelos fabricantes. O efeito sinérgico provocado pelo uso de dois aditivos intensificando as atuações individuais aparentemente não está sendo devidamente utilizado, pois na maioria dos casos a soma da quantidade dos dois conservadores ultrapassa a quantidade do Benzoato usado isoladamente em grande parte das amostras, como demonstrado pelo Gráfico 1B. Quanto às metodologias usadas, a da Food Chemistry mostrou-se mais específica para os conservadores em questão, apresentando picos sem calda e com resolução de 3,0 minutos entre os picos, na Figura 1, o cromatograma B. A metodologia da AOAC é para a quantificação simultânea de Sacarina, Cafeína e Benzoato em refrigerantes, portanto para bebidas que contenham Sorbatos, torna-se necessário realizar ajustes na fase móvel (na percentagem do Ácido Acético ou do Isopropanol).





CONCLUSÕES: Todas as amostras analisadas se encontram dentro dos padrões de qualidade sanitária, exigidos pela legislação vigente no país, em relação ao uso dos conservadores Benzoato de Sódio e Sorbato de Potássio, e apenas duas não se encontram de acordo com o declarado na rotulagem.
Quanto às metodologias, a da Food Chemistry se mostrou mais adequada
para a análise dos conservadores do que a do AOAC, em especial quando as amostras possuem ambos em suas formulação

AGRADECIMENTOS: À Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AOAC: “Benzoate,Caffeine and Saccharine in Soda Beverages. 29.1.14. 16ª edição.
Food Chemistry 82 (2003) 469-473: “Optimisation of Extration Procedures for Analysis of Benzoic and Sorbic Acids in Foodstuffs”